Nos últimos dois anos, Rondônia assistiu a um aumento significativo nos gastos relacionados às viagens internacionais do governador Marcos Rocha (UB), há várias partes do mundo. Com diárias aumentadas em 80% e um total de 22 viagens internacionais, o custo acumulado ultrapassou R$ 4 milhões.
Esse quadro levanta questões sobre a efetividade e a transparência da administração pública.
Aumento de diárias: Uma decisão sem consulta
Em janeiro de 2023, a Portaria nº 17/2023 permitiu que o valor das diárias para viagens internacionais saltasse de US$ 416 para US$ 741.
Tal mudança ocorreu sem a realização de estudos técnicos ou debates legislativos, e foi publicada de forma discreta no Diário Oficial, o que gerou críticas sobre a falta de transparência e de participação pública nesse processo decisório.
Viagens internacionais: custos altos, retornos questionáveis
Entre 2023 e 2025, Marcos Rocha esteve ausente do estado por 190 dias, participando de eventos variados, desde feiras nos EUA até conferências climáticas no Azerbaijão.
Contudo, a matéria do site Rondoniagora destaca que essas viagens, frequentemente justificadas como estratégicas, não trouxeram benefícios concretos ao povo rondoniense. Além disso, a despesa com as diárias e os custos de comitivas, que chegam a R$ 3,7 milhões, foi suportada pelos cofres públicos.
Falta de transparência e controle institucional
O reajuste no valor das diárias parece ter sido uma decisão isolada do governador, sem pareceres técnicos ou controles institucionais do Tribunal de Contas do Estado ou do Ministério Público.
A ausência de uma fiscalização rigorosa gera críticas sobre o uso indevido do cargo para benefícios pessoais e levanta dúvidas sobre a gestão financeira do governo.
Consequências para Rondônia
Embora todas essas viagens e os maiores gastos tenham sido amplamente divulgados em redes sociais como um ativo político, a falta de relatórios técnicos, contratos e projetos concretos causa preocupações sobre o real impacto dessas missões internacionais.
Sem uma prestação de contas clara, resta a sensação de que as viagens, mais do que compromissos estratégicos, se tornaram um bônus institucional para o governador.
Essa situação chama a atenção para a necessidade urgente de discutir políticas públicas baseadas na transparência e no controle eficiente dos recursos do estado, garantindo que ações governamentais beneficiem efetivamente a população rondoniense.

