
Por Felipe Corona
O estado de Rondônia enfrenta uma situação delicada com o recente indiciamento de Elias Rezende, chefe da Casa Civil, em uma investigação que apura possíveis fraudes em licitações e formação de grupos criminosos.
Rezende, que desempenha um papel estratégico ao lado do governador Marcos Rocha (União Brasil), está no centro de uma controvérsia envolvendo a contratação de uma empresa dedicada à digitalização de documentos, com contratos que somam mais de 2 milhões de reais.
Investigação detalhada
Conduzido pela delegada Simone Barbieri, o inquérito policial nº 014/2021/DRACO foi concluído em 6 de junho. A investigação registrou indicativos de favorecimento contratual, incluindo a descoberta de um cheque no valor de R$ 150 mil em poder de um dos suspeitos, encontrado durante uma operação realizada pela Polícia Civil em um hotel. Este cheque, supostamente emitido por um parente próximo de um político da extrema-direita local, levanta ainda mais preocupações sobre as conexões no caso.
Coincidentemente, no mesmo dia, o governador Rocha substituiu o diretor-geral da Polícia Civil, Samir Fouad Abboud, pelo delegado Jeremias Mendes de Souza. Apenas três dias após a troca, Jeremias afastou a delegada Barbieri da Draco, suscitando alegações de influência política na condução dos trabalhos.
Apesar de seu afastamento, Barbieri conseguiu encaminhar seu relatório ao Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado (TCE), e Controladoria-Geral do Estado (CGE). Mesmo assim, questões sobre possíveis manobras para abafar a investigação continuam a surgir.
Tensões aumentaram com notícias de veículos de mídia que relataram pressão para suprimir matérias críticas sobre a Casa Civil. Essa situação sugere um domínio político sobre a narrativa pública.
O escândalo desafia a integridade da administração de Marcos Rocha, cuja gestão sempre defendeu valores cristãos e ética pública. Manter Elias Rezende no cargo poderia corroer ainda mais a confiança pública, além de ameaçar o futuro político do governador e levantar dúvidas sobre sua habilidade de liderança.
Com extensa documentação no inquérito, incluindo provas robustas e depoimentos, o caso de Elias Rezende pode ter consequências significativas para o governo estadual. Cabe agora ao Ministério Público e ao Judiciário oferecer respostas decisivas à sociedade de Rondônia, garantindo que a justiça seja feita e que casos de corrupção sejam abordados com a devida seriedade e transparência.
A delegada Barbieri, reconhecida por sua atuação rigorosa contra corrupção, conseguiu encaminhar o relatório para o Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Controladoria-Geral do Estado (CGE) antes de ser afastada. Contudo, o episódio levantou questionamentos sobre possíveis tentativas de abafamento das investigações.
As suspeitas de censura também se intensificaram após relatos de que veículos de comunicação que publicaram críticas ao chefe da Casa Civil foram pressionados a retirar matérias do ar. A situação expõe um cenário de suposto controle político sobre a narrativa pública do caso.
O escândalo ameaça a credibilidade da gestão de Marcos Rocha, cujo discurso sempre esteve pautado em valores cristãos e ética na administração pública. A manutenção de Elias Rezende no cargo pode minar ainda mais a confiança da população e prejudicar o futuro político do governador, além de abrir espaço para questionamentos sobre sua capacidade de liderança e controle da equipe.
Com mais de 1 mil páginas de documentação no inquérito, incluindo provas e depoimentos, o caso de Elias Rezende revela um esquema que pode ter ramificações profundas no governo estadual. O Ministério Público e o Judiciário são agora os grandes responsáveis por dar respostas claras à sociedade rondoniense.
A expectativa é que medidas sejam tomadas rapidamente para garantir que a justiça prevaleça e que casos de corrupção sejam enfrentados com seriedade e transparência.