No artigo publicado por Gerson Costa, Eliânio Nascimento e Ivonete Gomes, a saída conturbada de Júnior Gonçalves, ex-chefe da Casa Civil do Governo de Rondônia, é descrita como o epicentro de uma grave crise política. Inicialmente vista como uma exoneração estratégica, sua demissão descortinou tensões profundas dentro da administração de Marcos Rocha, expondo um governo que se equilibra entre autoritarismo e paranoia.
Desde que Gonçalves, outrora braço direito do governador, deixou seu posto, os bastidores do Centro Político Administrativo (CPA) estão agitados. Alegações de uma investigação sobre um suposto desvio de R$ 150 milhões, espalhadas por veículos de pequeno alcance financiados por publicidade institucional, levantaram mais questionamentos sobre o governador Rocha do que sobre o próprio Júnior. Comentários em postagens sugerem que, se houve irregularidades, Gonçalves não atuou sozinho, insinuando envolvimento de altos escalões, incluindo o próprio governador e sua esposa, Luana Rocha.
A matéria também destaca o custo elevado das viagens internacionais de Marcos Rocha, excedendo R$ 3 milhões em diárias e despesas. Este gasto, combinado com um decreto que alega questões de segurança para justificar a falta de transparência, acirra descontentamentos entre os aliados.
O artigo pinta Júnior Gonçalves como um “homem-bomba” cuja quietude se torna cada vez mais cara. A influência de Júnior na vitória de Rocha nas eleições torna sua potencial vingança devastadora para a imagem do governador. Exonerações e esvaziamento de cargos de outros aliados populares, como Hildon Chaves e Fernando Máximo, mostram um padrão de concentração de poder e eliminação de riscos.
Internamente, o partido União Brasil vive um clima de desconfiança, com lideranças nacionais insatisfeitas com a gestão local. A conjectura de uma política familiar dominada pela família Rocha, onde eliminar riscos passa por neutralizar figuras como Júnior Gonçalves, gera um roteiro de quase ficção política.
Além disso, a interferência alegada na Polícia Civil, com recusas em aceitar cargos de diretoria frente à pressão por prender Gonçalves, aponta para uma perseguição institucionalizada. Este ambiente de crise, exacerbado pela instabilidade e falta de confiança, sugere que o silêncio de Gonçalves é uma arma poderosa que, se quebrada, pode redefinir o panorama político de Rondônia.